Iniciativas inovadoras utilizam tecnologia para democratizar o ensino, alcançando populações vulneráveis e contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
Garantir educação de qualidade para todos é um desafio global. No Brasil e no mundo, milhões de crianças e jovens ainda enfrentam barreiras para acessar o ensino, seja pela falta de infraestrutura, seja pela desigualdade socioeconômica. O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) n.º 4 da ONU busca mudar essa realidade. Nele, estão inseridos as bases e os objetivos de se promover uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade. Na reportagem a seguir, mostramos que, neste cenário, as tecnologias sociais têm desempenhado um papel essencial na redução dessas desigualdades, criando soluções acessíveis e adaptáveis para populações de baixa renda.
Casos reais
Em muitas regiões do Brasil, o acesso à internet ainda é um privilégio. Para contornar esse desafio, projetos como o Khan Academy Lite e o Kolibri oferecem conteúdo educacional gratuito que pode ser acessado off-line. Outra iniciativa inovadora é o Projeto Aprender Conectado, do Ministério da Educação, que pretende levar internet e tablets para escolas rurais em comunidades isoladas. Com a ajuda de videoaulas e atividades interativas, os alunos têm a oportunidade de aprender e interagir com professores de todo o país.
Outro exemplo inspirador é o aplicativo Matific, que oferece jogos e exercícios para ensinar matemática de forma divertida e acessível. O aplicativo já é utilizado em diversas escolas públicas e tem ajudado a melhorar o desempenho dos alunos na disciplina. Na mesma seara de tecnologia social aplicada à educação, estão as iniciativas de ensino de Inteligência Artificial, como no estado do Piauí, que desde setembro de 2024, incluiu conteúdos de ensino de IA em sua educação básica, fato reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Atualmente, mais de 120 mil estudantes da rede pública piauiense estão cursando uma disciplina obrigatória sobre o conteúdo, integrante do currículo do 9º ano do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio.
Desafios e perspectivas
Embora as tecnologias sociais estejam proporcionando avanços significativos na educação, ainda há vários desafios a serem superados. A falta de investimentos em infraestrutura e capacitação docente impede que muitas dessas soluções sejam implementadas em larga escala. Além disso, a ausência de políticas públicas consistentes pode comprometer a continuidade de projetos bem-sucedidos.
Por outro lado, iniciativas como a expansão da conectividade em áreas remotas e o fortalecimento de parcerias entre setor público e privado indicam um caminho promissor. Assim, para que o ODS n.º 4 seja alcançado até 2030, é fundamental que essas soluções tecnológicas continuem sendo desenvolvidas e ampliadas, garantindo que nenhum estudante seja deixado para trás.
As tecnologias sociais estão transformando a educação, reduzindo desigualdades e proporcionando oportunidades de aprendizagem para populações marginalizadas. Iniciativas como plataformas off-line, estudo de IA’s, podcasts educativos e aplicativos interativos mostram que é possível construir um ensino mais inclusivo e acessível. No entanto, para que essa revolução educacional continue, é essencial que os governos invistam em infraestrutura, capacitação docente e políticas públicas que garantam efetivamente a sustentabilidade dessas soluções. A educação de qualidade para todos é um desafio, mas também uma oportunidade de construir um futuro mais justo e igualitário.
Texto: Arnaldo F. Vieira – Ascom Subseção/SP
Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB
Imagem: Image Generator
Fontes:
Projeto vai levar internet para mais de 10 mil escolas
Piauí é destaque internacional com projeto de ensino de Inteligência Artificial nas Escolas Públicas Estaduais