Na última terça-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou junto dos demais representantes dos países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) no encontro anual da Assembleia Geral da ONU.
O discurso de Lula está inserido em um contexto global de crises humanitárias decorrentes de conflitos armados e diversas catástrofes climáticas. O Brasil, particularmente, foi assolado por secas, enchentes e queimadas que ultrapassaram patamares históricos.
Nesse sentido, o presidente reiterou a necessidade urgente de discutir a atuação da comunidade internacional sobre a proteção do meio ambiente e criticou as medidas insuficientes dos fóruns internacionais no enfrentamento da crise climática. Contudo, o contexto brasileiro não permitiu que o chefe do Executivo despontasse como uma referência de liderança nesse segmento.
A realidade devastadora que o Brasil vem enfrentando neste ano expôs a fragilidade das ações de proteção ao meio ambiente e prevenção a desastres naturais coordenadas pelo governo. Assim, o mérito das falas do presidente esteve, principalmente, na sua capacidade de equilibrar a autocrítica sobre sua atuação com a cobrança de medidas mais assertivas da comunidade internacional.
Outro destaque das falas brasileiras no evento foi a reivindicação por uma maior representatividade no Conselho de Segurança da ONU. Embora reconheça a importância dessa demanda, o presidente também deixou claro em seu discurso que entende a complexidade envolvida nesse processo.
A solicitação de um assento no Conselho esbarra nas divergências entre diversos players globais que disputam esse espaço, sendo Alemanha, Índia, Japão, Brasil, Argentina, México, África do Sul e Argélia os principais candidatos a integrar o Conselho de Segurança.
Mesmo com muitos possíveis candidatos e com a alarmante falta de representatividade da ONU, o sonho brasileiro de assumir uma cadeira permanente no Conselho de Segurança continua distante e a representatividade permanece ofuscada em detrimento dos interesses das nações que monopolizam o poder de veto.
Sendo assim, o discurso do Brasil foi assertivo ao criticar as debilidades do sistema internacional, reconhecendo os fracassos do governo brasileiro e as dificuldades de reformar organizações como a ONU.