No último domingo (6), foi realizado o 1º turno das eleições municipais e, com base nos resultados parciais publicados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nos acontecimentos veiculados pela mídia, é possível identificar alguns padrões e tendências do atual contexto político brasileiro.
Ao todo, 5.569 municípios tiveram eleições na última semana e, segundo os dados publicados pelo TSE, o PSD tornou-se o partido com o maior número de prefeituras (877), passando o MDB, que mantinha a posição após as eleições de 2020.
Avaliando o crescimento no número de prefeituras em relação ao pleito anterior, verifica-se que o PSD (220) e o Republicanos (218) foram os partidos com melhores desempenhos. No contexto da vereança, o Republicanos teve um crescimento histórico, sendo o partido que mais conquistou vereadores em relação à eleição anterior (2020).
No entanto, o partido que mais elegeu vereadores foi o MDB (8109). Com base nos dados, é razoável concluir que a centro-direita saiu vitoriosa. Todavia, o comportamento dos atores relevantes desse segmento também sugere uma discordância entre os players da ala mais à direita.
A latente divergência entre esses agentes públicos foi exposta, em especial, pelas declarações críticas do deputado Silas Malafaia ao seu aliado histórico, Jair Bolsonaro (PL), e sua postura de apoio discreto a Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo.
Outra face do provável conflito é verificada no embate pela capital Goiânia, onde os dois candidatos, Sandro Mabel (União) e Fred Rodrigues (PL), protagonizam a queda de braço entre Ronaldo Caiado (União) e Jair Bolsonaro (PL).
De forma objetiva, os resultados eleitorais, além de reafirmarem o crescimento exponencial do Republicanos, também fundamentam as análises feitas em relação ao protagonismo do PSD, que passou a ocupar no centro a posição que anteriormente pertencia ao PSDB.
A mudança nas configurações das forças municipais terá reflexos nas eleições gerais de 2026, no entanto, os conflitos perenes da direita não garantem uma continuidade da onda azul no próximo pleito, mesmo diante da atual expressiva vitória da centro-direita.