Uma porção de terra é considerada fértil quando ela oferece condições orgânicas para que uma planta cumpra seu ciclo de germinação, crescimento e produção de bons frutos. Quando se trata de semear ideias, a metáfora da terra fértil também é útil: uma comunidade é boa para o desenvolvimento quanto está pronta para acolher e fazer brotar novos comportamentos e formas de pensar.
Felizmente, no estado do Tocantins, encontramos um lugar onde, parafraseando Pero Vaz de Caminha ao narrar as terras encontradas por Pedro Álvares Cabral ao rei português, “em se plantando, tudo dá”. Reconhecido nacionalmente como um grande celeiro de grãos, o estado mais novo da federação também abriga uma enorme vontade de crescer e produzir.
Fizemos duas palestras, uma em Palmas e outra na cidade de Araguaína, no norte do estado. Em ambas, o destaque foi a participação das pessoas, denotando sua sede de conhecimento. Na capital, nos deparamos com brasileiros índios que apresentarão candidaturas para integrar suas comunidades ao sistema político representativo brasileiro. No coração da região conhecida como “bico do papagaio”, o encontro terminou com os participantes combinando espontaneamente entre eles uma nova reunião para discutir os problemas da cidade.
Tão logo as sementes foram lançadas, já se pôde ver que germinaram promissora e rapidamente. As ideias que plantamos falam da necessidade do cidadão participar ativamente da vida politica da sua comunidade, utilizando os canais existentes e, quando é o caso, criando formas de se comunicar, interagir e pressionar a política local. Tratam de responsabilização e empoderamento.
Quando vemos a vontade de construir uma nova página na história do Brasil ascender como um rastilho de pólvora, ao menor estímulo, temos certeza de que o destino do país será próspero e efervescente. E desde que haja pessoas comprometidas com o plantio, poderemos garantir às gerações futuras uma colheita farta.
Paulo Cesar Oliveira – presidente da Fundação Republicana Brasileira