A frase acima foi dita por Eduardo Campos em sua última entrevista, feita ao Jornal Nacional na véspera do acidente que interrompeu sua vida. Ao pronunciá-la, sem saber, ele ditou o seu testamento.
O pedido, quase uma convocação, foi uma maneira nobre de se despedir: está cheia de esperança, passa muita convicção e, acima de tudo, alerta que o nosso futuro depende única e exclusivamente de nós mesmos.
A participação nas centenas de cursos de política que a Fundação faz por todo o Brasil me permite entender toda a extensão da última frase de Campos. Não raro, nos deparamos com pessoas que perderam toda a fé na política. A apatia, a revolta e a falta de esperança são os sentimentos mais comumente encontrados por aí.
E, a exemplo de Campos, tentamos virar o jogo, convencendo as pessoas que a política é o que fazemos dela e que a timidez dos bons é tão ruim e prejudicial quanto a audácia dos maus.
Apesar de estarmos em partidos diferentes, a mensagem passada por Campos é universal. Precisamos assumir nossa responsabilidade e tomar as rédeas da condução da nossa vida coletiva. Acordar, trabalhar e participar é, sem dúvida, a melhor forma de homenagear a Campos e tantos outros que se dedicam e que nunca desistem do Brasil.
Que Deus console a família de Eduardo Campos, as famílias de todos os envolvidos neste trágico acidente e ao povo pernambucano.
Mauro Silva – presidente da Fundação Republicana Brasileira