Qualidade, experiência e conhecimento
Qualquer um que lê o noticiário percebe que os tempos são de mudança. Há revoltas onde havia estabilidade, crise em países prósperos e muitas oportunidades em lugares que antes eram desprezados por serem periféricos. O Brasil não escapa a essas mudanças. Hoje temos uma percepção diferente de nós mesmos e a sociedade brasileira é muito diferente do que era há trinta anos.
A estabilização da economia, a expansão da educação, mudanças culturais e religiosas, além da inclusão de milhões de brasileiros são fatores que contribuíram para a construção de uma realidade diferente. Nesse sentido, é lícito perguntar: se a sociedade mudou, é de se esperar que o seu sistema político a acompanhe e também seja transformado?
A resposta é positiva. A população brasileira é hoje menos tolerante com a corrupção e mudou completamente o perfil de políticos que lhe agradam. Os “grandes estadistas” se aposentaram e deram lugar aos gestores públicos. Hoje, mais do que discurso e eloquência, as pessoas querem resultados, transparência e uma boa relação de custo e benefício entre impostos pagos e serviços recebidos.
Por exemplo, hoje, política social não significa apenas oferecer cestas básicas, mas cuidar de todas as dimensões necessárias para uma inserção produtiva do cidadão na sociedade. Nesse sentido, a pressão da população sobre o poder público tende a aumentar. De fato, quem não estiver preparado para esse novo cenário, será expelido do sistema político, que se tornará cada vez mais profissional e pouco tolerante com administradores incompetentes e descuidados.
Nem todos os setores do universo político brasileiro conseguirão se modernizar. Com o tempo, eles deverão diminuir de tamanho, até ficarem limitados a uma condição periférica. O preparo para o exercício da função pública se tornou uma exigência rígida e essencial. Novos tempos finalmente chegaram para a política e a mudança tem tudo para ser proveitosa. Mas é preciso estar atento, pois os velhos e novos desafios colocados ao povo exigem novas abordagens, devendo ser enfrentados com mais qualidade, experiência e conhecimento.
Joaquim Mauro Silva – presidente da FRB