Projeto da FRB firmou parceria com moradores da comunidade
Brasília (DF) – Melhorias em educação, saúde, saneamento, transporte e segurança foram alguns dos temas levantados no encontro Política pra quê?, realizado no último domingo (21) no Setor Habitacional Sol Nascente – Ceilândia/DF. A edição foi levada pela equipe da Fundação Republicana Brasileira – FRB, que promoveu um acalorado debate com líderes comunitários, membros de batalhas de MCs, estudantes, aposentados, donas de casa e ativistas de demais lideranças.
O presidente Renato Junqueira abriu o evento, saudou os presentes e apresentou um pouco do trabalho desenvolvido pela instituição. Em seguida convidou os presentes a interagirem livremente e explicou a proposta da ação, que é justamente coletar problemáticas, propostas e questionamentos que podem ser implementados ou solucionados por meio de políticas públicas.
O cientista político e coordenador acadêmico da FRB Leonardo Barreto conduziu o bate-papo provocando os presentes a manifestarem os temas mais importantes dentro de sua realidade. Foram ouvidas muitas críticas em relação ao abandono da cidade-satélite Ceilândia após o período eleitoral e exigências para atenção ao eleitor ceilandense.
Nátila Martins, autônoma e residente da área, discorreu acerca de diversos assuntos de relevância para o cenário político atual, como a escolha por candidatos comprometidos eticamente. A jovem frisou que “é preciso despertar o sentimento de coletividade e empatia pelas pessoas no geral para que a política não atenda apenas a interesses individuais, e sim que a cabeça de cada brasileiro mude. Eles são representantes de um povo que se diz honesto, mas que faz campanha em troca de emprego, vaga no hospital ou cesta básica”. Questionada no fim do evento sobre a roda de conversa, alegou: “O debate foi muito produtivo, eu já faço parte de um projeto da cidade e essa palestra veio para fortalecer nosso trabalho. Hoje saio daqui mais consciente sobre meus direitos e deveres”.
Maurício Nascimento é vigilante e ativista da associação Vila dos Sonhos, além de militar na causa Juventude Viva DF. Ex-presidiário e morador de Ceilândia desde que nasceu, enfatizou pontos que prejudicam a satélite e aumentam a criminalidade no local. “Precisamos que as autoridades combatam o privilégio de classes e passem a usufruir serviços públicos para darem valor aos contribuintes. Sou ex-detento e garanto, o descaso com os pobres só gera mais desigualdade e violência. Necessitamos de políticas de ressocialização, esporte, saúde, educação e empregabilidade, pois o jovem que nasce na marginalidade não vai sair dela sem incentivo”, explanou.
Questões de interesse público como participação social foram externadas pelo público presente, que inclusive cobrou continuidade do projeto junto a outros moradores para que possam ser criadas políticas públicas que solucionem algumas das principais dificuldades da região.
Para Leonardo Barreto, a roda de conversa serviu para colher depoimentos de uma população “que precisa urgentemente de atendimento direto do Estado. É preciso investir em qualidade de vida, dar o mínimo de condição para que essas pessoas cresçam e mudem cada vez mais a realidade da comunidade. Se cada um fizer sua parte, começando pelas autoridades, o bairro vai crescer de forma surpreendente, pois Ceilândia é um celeiro de grandes artistas, profissionais e cultura”, alegou.
Por Ellen Fernandes – Ascom FRB
Fotos: Carlos Gonzaga