Empatia, criatividade e julgamento complexo seguem como diferenciais indispensáveis em um mundo cada vez mais automatizado
A crescente presença das Inteligências Artificiais (IAs) no ambiente profissional tem intensificado os debates sobre quais competências humanas permanecerão essenciais. Para o futurista e influenciador digital Bernard Marr, autor do livro Future Skills: The 20 Skills and Competencies Everyone Needs to Succeed in a Digital World (Habilidades do Futuro: As 20 habilidades e competências que todos precisam para ter sucesso no mundo digital, em tradução livre), as aptidões mais valorizadas no futuro serão justamente aquelas que as máquinas não conseguem replicar, como empatia, criatividade e julgamento complexo.
Na obra, que tem gerado discussões relevantes no meio acadêmico e nas redes, Marr destaca que, embora as IAs sejam eficientes em tarefas técnicas, elas ainda não possuem capacidade de compreender emoções, nuances culturais ou contextos subjetivos, aspectos essenciais em muitas profissões. Por isso, habilidades interpessoais e cognitivas avançadas tendem a se tornar um diferencial cada vez mais valorizado no mercado.
“Proibido IAs”
Diversas áreas ainda dependem, e continuarão dependendo, de competências exclusivamente humanas. Na saúde, por exemplo, médicos e enfermeiros vão além do conhecimento técnico: utilizam empatia e julgamento clínico para interpretar sintomas subjetivos e acolher emocionalmente os pacientes, algo que a IA ainda não é capaz de fazer. Na educação, professores adaptam estratégias pedagógicas às necessidades individuais dos alunos, motivando, inspirando e desenvolvendo habilidades socioemocionais, um processo que requer sensibilidade e percepção humana.
No campo da criatividade, profissionais como artistas, escritores e designers se baseiam na originalidade e na expressão emocional, características inatas do ser humano. Ainda que a IA possa auxiliar na geração de ideias, a profundidade emocional e a autenticidade artística continuam sendo insubstituíveis.
Lideranças e empreendedores também se destacam por habilidades que vão além da técnica. A tomada de decisões estratégicas, a inteligência emocional e a capacidade de inspirar equipes são atributos que exigem visão de futuro, sensibilidade e a habilidade de navegar em ambientes complexos e em constante mudança, competências que a IA não reproduz com precisão.
Segundo Marr, para manter a relevância no mercado de trabalho em constante transformação, é fundamental desenvolver habilidades que complementem as capacidades das máquinas. Inteligência emocional, pensamento crítico, criatividade e domínio das novas tecnologias surgem como ferramentas essenciais para o profissional do presente e do futuro.
À medida que as Inteligências Artificiais remodelam o mundo do trabalho, as competências humanas seguem no centro do processo. Investir em seu aprimoramento é o caminho para garantir uma carreira sustentável, significativa e alinhada à nova era digital.
Texto: Arnaldo F. Vieira – Ascom Subseção/SP
Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB
Crédito da Imagem: Pete Linforth/ Pixabay/ Freepik