Com o início do mês de junho, o Congresso Nacional chega à reta final para o encerramento das atividades legislativas do 1º semestre do ano. As vitórias e derrotas do Governo Federal no mês de maio evidenciam os desafios superados e os obstáculos que ainda precisam ser contornados.
As dificuldades na articulação da base governista ficaram aparentes durante a sessão do Congresso Nacional na quarta-feira, 29 de maio, quando os parlamentares da oposição conseguiram os votos necessários para derrubar o veto do Governo ao Projeto de Lei 2253/22, que extingue a saída temporária dos apenados e outros 29 vetos na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO.
Por outro lado, a aprovação do Programa Mover no Senado Federal, na última quarta-feira (5), sem a emenda que permite a taxação de compras internacionais abaixo de 50 dólares, demonstrou que, apesar das fragilidades, o Governo ainda tem meios de conduzir seus interesses junto ao Poder Legislativo.
Com base nessas interações entre os Poderes Executivo e Legislativo, é possível presumir que a articulação continua figurando entre os principais obstáculos para a execução da agenda de interesses do Planalto. Contudo, o Governo acredita que uma mudança na abordagem pode conter o avanço da oposição. Com esse objetivo, na última segunda-feira (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou a primeira reunião com os líderes do governo no Congresso.
O Planalto aposta que o relacionamento direto com os líderes poderá contribuir positivamente. De acordo com as informações divulgadas pelo portal de notícias da CNN, o presidente tem como objetivo tornar esses encontros diretos uma nova rotina do Planalto.
A alternativa adotada pelo Governo pode produzir bons resultados a curto prazo, contudo, o fracasso do presidente na articulação poderá resultar em uma crise na estabilidade da presidência. Afinal, caso o presidente Lula fracasse na sua atuação, quem será capaz de negociar em nome do Governo?
Nos próximos meses, o Parlamento deverá desacelerar o ritmo dos trabalhos em razão das eleições municipais, garantindo algum tempo para o Executivo se organizar internamente, além de criar expectativas para o resultado das eleições e seu eventual impacto na agenda legislativa.