Autor: Mazé

  • COP30 no Brasil: como surgiram as conferências do clima e por que o país será sede

    COP30 no Brasil: como surgiram as conferências do clima e por que o país será sede

    Diante da ameaça do aquecimento global, a Conferência das Partes (COP) tornou-se o principal fórum mundial de negociações climáticas. Agora, em meio a indicadores alarmantes de mudança do clima, o Brasil se prepara para sediar a COP30, levando o debate ao coração da Amazônia

     

    Marcada para novembro de 2025, em Belém (Pará), a COP30 será a 30ª edição do maior evento climático das Nações Unidas, e a primeira realizada em uma cidade da região amazônica. Nesta reportagem, explicamos como surgiram as COP, por que se tornaram indispensáveis e o que levou à escolha do Brasil como sede desta edição histórica.  

    Conferência das Partes (COP) surgiu do crescente alerta mundial sobre as mudanças climáticas. Em 1988, a ONU criou o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) para reunir evidências científicas sobre o aquecimento global. Poucos anos depois, durante a Eco-92, no Rio de Janeiro, líderes de todo o mundo assinaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), estabelecendo um pacto multilateral para conter o aquecimento do planeta.  

    O acordo instituiu o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, segundo o qual os países desenvolvidos devem liderar a redução das emissões e oferecer apoio financeiro e tecnológico às nações em desenvolvimento. 

    Com a entrada em vigor da Convenção, em 1994, passaram a ocorrer as conferências anuais das Partes — as COP —, criadas para decidir e implementar os compromissos climáticos assumidos. Hoje, 198 países participam da UNFCCC, tornando-a um dos maiores pactos multilaterais da ONU. Nessas cúpulas, governos negociam metas de redução de gases de efeito estufa, estratégias de adaptação aos impactos climáticos e formas de financiamento e transferência de tecnologia que viabilizem a ação climática global. 

    Em 1997, a COP3 resultou no Protocolo de Quioto, que fixou metas obrigatórias de redução de emissões para países desenvolvidos, cerca de 5%, em média, até 2012, em relação aos níveis de 1990, e criou mecanismos de mercado para facilitar o cumprimento dessas metas.  

    Anos depois, a COP21, realizada em 2015, aprovou o Acordo de Paris, que envolveu todos os países na adoção de metas nacionais para manter o aquecimento global bem abaixo de 2°C, com esforços para limitá-lo a 1,5°C. Desde então, as COP ampliaram sua agenda. Além dos cinco pilares (mitigação, adaptação, financiamento, tecnologia e capacitação), ganharam destaque temas como perdas e danos, transição justa, igualdade de gênero, direitos dos povos indígenas e participação da juventude. 

    A crise climática em números 

    Décadas de evidências científicas motivaram a criação das COP, e os indicadores atuais reforçam a urgência de agir. O planeta já aqueceu cerca de 1,1°C desde a era pré-industrial. Em 2024, a temperatura média global atingiu aproximadamente 1,55°C acima dos níveis pré-industriais (possivelmente o ano mais quente já registrado), ultrapassando o limite simbólico de 1,5°C previsto no Acordo de Paris. Os últimos dez anos figuram entre os dez mais quentes já observados, confirmando a tendência de aquecimento global.  

    A principal causa está no aumento das concentrações de gases de efeito estufa. Em 2023, a concentração de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera atingiu 151% do nível pré-industrial, superando 420 partes por milhão.  

    Segundo a Organização Meteorológica Mundial, não se trata apenas de “um ou dois anos recordes, mas de uma sequência de dez anos de calor excepcional”, acompanhada por eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, todos impulsionados pelas emissões humanas. Essa tendência torna cada vez mais difícil evitar os piores cenários da mudança do clima, a menos que os países promovam reduções profundas e rápidas nas emissões nos próximos anos. 

    Por que no Brasil?  

    A escolha do Brasil como sede da COP30, no corrente ano, tem fundamentos diplomáticos e estratégicos. A presidência da COP se alterna entre as cinco regiões geográficas da ONU, e nesta edição cabia à América Latina receber o evento. Nesse contexto, o governo brasileiro manifestou interesse em sediar a conferência como parte de seu retorno ao protagonismo climático global, reforçando o compromisso com o multilateralismo e com a plena implementação do Acordo de Paris.  

    Além de dar voz à Amazônia, sediar a COP30 representa uma oportunidade para o Brasil demonstrar liderança e cobrar compromissos mais ambiciosos da comunidade internacional. Um dos principais pontos da pauta brasileira é o financiamento climático: desde 2009, países desenvolvidos prometeram US$ 100 bilhões anuais para apoiar nações em desenvolvimento na proteção de florestas e adaptação aos impactos climáticos — promessa ainda não cumprida. Hoje, estima-se que seriam necessários mais de US$ 1 trilhão por ano. 

    O Brasil pretende pressionar por um financiamento mais justo e por transições energéticas equilibradas, além de apresentar iniciativas nacionais em energia limpa e combate ao desmatamento. Assim, a COP30 em Belém colocará o país no centro das discussões climáticas globais, reafirmando seu papel histórico, desde a Eco-92, na busca por soluções coletivas para a crise do clima. 

     

    Texto: Arnaldo F. Vieira – Ascom Subseção/SP
    Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB 

    Crédito da imagem: Divulgação/cop30.br 

  • UNEDUVALE sedia encontro do programa Educa + Ação e sela parceria

    UNEDUVALE sedia encontro do programa Educa + Ação e sela parceria

    No dia 3 de novembro, o Centro Universitário Eduvale (UNEDUVALE) sediou o encontro do programa Educa + Ação, promovido em parceria com a Fundação Republicana Brasileira (FRB) e a Faculdade Republicana, ocasião em que foi oficializada uma nova cooperação entre as instituições.

    Realizado no auditório do UNEDUVALE, o evento, voltado aos alunos do curso de Direito, abordou o tema “Processo Legislativo” e contou com as presenças de Valdir Pucci (diretor-geral da Faculdade Republicana), Renata Sene (presidente da FRB) e do Dr. Claudio Mansur Salomão (chanceler e presidente mantenedor do UNEDUVALE). Autoridades municipais da região também prestigiaram a iniciativa.

    A abertura foi conduzida pelo reitor Evandro Oliveira, marcando um momento de integração entre as instituições e de protagonismo estudantil. Os universitários participaram ativamente das discussões e ampliaram sua compreensão sobre o papel da educação jurídica e da cidadania na formação política e social do país.

    Durante as falas, destacou-se o espírito público do Dr. Claudio Salomão, reconhecido por sua dedicação às causas sociais e pela vocação comunitária do UNEDUVALE. Renata Sene ressaltou a relevância da parceria e o caráter histórico do evento, lembrando que a trajetória da instituição em Avaré é marcada pela busca constante por oportunidades que aproximem o meio acadêmico da realidade social.

    Para o professor Valdir Pucci, a cooperação entre o UNEDUVALE e a Faculdade Republicana abre novas perspectivas de crescimento e aprimoramento acadêmico. Ele anunciou que a parceria prevê a oferta conjunta de cursos de pós-graduação e extensão, fortalecendo o ensino de qualidade em Avaré e região.

    Renata Sene enfatizou ainda o papel dos jovens nesse processo, afirmando que a formação universitária é essencial para que façam escolhas conscientes e participem ativamente da vida política e social. Segundo ela, a integração entre a universidade e a fundação cria um ambiente fértil em conhecimento e diálogo, capacitando os estudantes para enfrentar com responsabilidade e preparo os desafios que o país deverá vivenciar nos próximos anos.

    Em meio ao atual cenário nacional de polarização, os convidados reforçaram que a educação deve ser o ponto de convergência e prioridade de todos os setores. Valdir Pucci destacou que o compromisso com a qualidade de ensino e com a formação cidadã deve superar ideologias e interesses políticos.

    Ao encerrar o encontro, os representantes da FRB e da Faculdade Republicana convidaram os presentes a conhecer mais sobre o trabalho das instituições.

    “O evento simbolizou mais que uma palestra: representou o fortalecimento de uma parceria que une educação, cidadania e compromisso social. A noite foi de celebração e reafirmação do papel transformador do UNEDUVALE e de seus parceiros na formação de profissionais comprometidos com o futuro do país”, concluiu o Dr. Claudio Mansur Salomão.

     

    Por: Equipe do Centro Universitário Eduvale (UNEDUVALE)
    Revisão e edição: Tamires Lopes – Ascom/FRB

  • Câmara Jovem e Prefeito Mirim de Caçapava visitam o Complexo Republicano em Brasília

    Câmara Jovem e Prefeito Mirim de Caçapava visitam o Complexo Republicano em Brasília

    Iniciativa desperta protagonismo, consciência cidadã e compromisso com o futuro entre jovens de 11 a 17 anos

    Brasília/DF – Na tarde desta quinta-feira (30), a sede da Fundação Republicana Brasileira (FRB), em Brasília, recebeu a visita especial dos integrantes do programa Câmara Jovem e Prefeito Mirim, do município de Caçapava/SP. A caravana, composta por jovens de 11 a 17 anos, trouxe à capital federal um entusiasmo genuíno e uma profunda vontade de aprender sobre cidadania, gestão pública e o funcionamento das instituições democráticas.

    Criado pelo vereador Maicon Goiembiesqui, do Republicanos, o projeto tem transformado a forma como os jovens percebem a política, mostrando que o protagonismo e a responsabilidade social não têm idade. O programa, que já está em sua segunda edição, recria o processo democrático dentro das escolas, simulando as etapas de uma eleição municipal, desde campanhas e votações até a posse e o exercício das funções de vereador e prefeito. Dessa forma, teoria e prática se unem para formar cidadãos conscientes, preparados para transformar o presente.

    Durante a visita, o grupo percorreu as três instituições que integram o Complexo Republicano. Na Fundação Republicana Brasileira, foram recebidos pela gerente administrativa Gabrielle Assumpção e pelo cientista político Fábio Vidal, que apresentaram o papel educativo da instituição na promoção da cidadania e da formação política. Na Faculdade Republicana, o diretor-geral Valdir Pucci destacou a importância do conhecimento como instrumento de transformação e encorajou os jovens a seguirem firmes na busca por aprendizado. Já no Republicanos, o presidente estadual do partido, Mauro Silva, e o secretário nacional do movimento Jovens Republicanos, Wallace Rocha, celebraram o engajamento dos visitantes e falaram sobre o poder da juventude na construção de uma sociedade mais justa e participativa.

    Entre os jovens, histórias inspiradoras chamaram a atenção. O vereador jovem e vice-presidente da Câmara Jovem, Carlos Eduardo Cortês, conhecido como Cadu, tem deficiência visual e é exemplo de superação e compromisso com o bem coletivo. Com apenas 11 anos, ele expressa uma maturidade admirável:

    “Quando os membros da comissão passaram na minha escola, eu senti que aquilo era para mim, que eu poderia fazer a diferença. Estar no projeto aumentou meu senso de justiça. Pretendo seguir na política, porque acredito que somos nós, jovens, que vamos mudar o nosso país.”

    O prefeito mirim, Pietro Teixeira, de 17 anos, também compartilhou sua experiência com emoção:

    “O que mais me chamou atenção foi ver a juventude na política. A gente cresce achando que política é coisa de adulto, mas esse projeto mostra que podemos participar, decidir e representar os jovens da nossa cidade.”

    Manuela Oliveira, vereadora mirim e liderança em sua escola, contou que a política sempre esteve presente em sua vida:

    “Desde cedo me envolvi em lideranças, e acompanhar uma campanha política me motivou a seguir esse caminho. Hoje, graças ao vereador Maicon, tive a oportunidade de viver essa experiência que me faz acreditar que posso representar minha cidade e fazer o melhor pelo Brasil.”

    Orgulhoso dos resultados, o criador do programa, vereador Maicon Goiembiesqui, destacou o impacto transformador da iniciativa:

    “O jovem não é o futuro, ele é o presente. Quando criamos espaços para que eles tenham voz e vez, percebemos o quanto são capazes. O desenvolvimento humano, a capacidade de oratória e o senso de responsabilidade que adquirem são surpreendentes. A visita a Brasília é a realização de um sonho, e a prova de que estamos formando uma geração consciente, crítica e participativa.”

    Mais do que uma visita institucional, o encontro foi um símbolo de esperança. Em cada olhar curioso e pergunta feita, estava a certeza de que o Brasil tem uma juventude preparada para construir um país mais ético, solidário e comprometido com o bem comum.
    A Fundação Republicana Brasileira, a Faculdade Republicana e o Republicanos reafirmaram, com orgulho, seu compromisso de apoiar iniciativas que incentivem o despertar político e a formação cidadã desde cedo, porque o futuro começa com quem decide fazer a diferença hoje.

     

    Por: Mazé Rodrigues – Ascom FRB

    Fotos: Carlos Gonzaga – Ascom FRB

  • ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável: por que a ONU colocou a alimentação no topo da Agenda 2030

    ODS 2 – Fome zero e agricultura sustentável: por que a ONU colocou a alimentação no topo da Agenda 2030

    A meta de acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável, definida como o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 2, surge de uma constatação preocupante: a fome voltou a crescer no mundo. Desde 2015, o custo das dietas saudáveis vem aumentando, e a má nutrição, da desnutrição à obesidade, ameaça o futuro de uma geração. Embora existam avanços, o ritmo atual é insuficiente, e, nos últimos anos, o Brasil voltou a apresentar quedas expressivas nos índices de fome severa.

    A ONU destacou essa prioridade na Agenda 2030 por reconhecer que a fome e a insegurança alimentar são barreiras diretas aos demais objetivos de desenvolvimento, como saúde, educação, trabalho e paz. Em termos oficiais, é preciso “intensificar esforços para transformar os sistemas alimentares, garantir segurança alimentar e investir em práticas agrícolas sustentáveis”. A experiência dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) já havia mostrado que combater a fome é condição essencial para qualquer desenvolvimento. Ao migrar para os ODS, os países reconheceram que o problema persistia agravado por conflitos, crises climáticas, desaceleração econômica e inflação de alimentos, que reduziram o poder de compra das famílias. A própria ONU registra que, desde 2015, a fome voltou a subir no mundo.

    O relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2025 (SOFI 2025) confirma o alerta: cerca de 673 milhões de pessoas sofreram fome em 2024, o equivalente a 8,2% a 8,3% da população mundial. Apesar de uma leve melhora em relação a 2023, o quadro piorou em várias regiões, especialmente na África, onde mais de um em cada cinco habitantes enfrenta fome. Além disso, 2,3 bilhões de pessoas viviam em insegurança alimentar moderada ou grave, um aumento de 336 milhões desde 2019.

    Outro fator decisivo para o ODS 2 foi a constatação de que o custo e a acessibilidade a dietas saudáveis vêm se deteriorando. Mesmo onde há oferta de alimentos calóricos e baratos, faltam nutrientes essenciais, o que leva famílias a padrões alimentares inadequados. O SOFI 2025 reforça que a inflação de alimentos enfraqueceu o acesso à alimentação equilibrada, sobretudo entre as populações de baixa renda.

    A dupla face da má nutrição

    A ONU enfatiza que “fome zero” não se limita a encher o prato, mas garantir nutrição adequada. Em 2024, 150,2 milhões de crianças menores de cinco anos apresentavam déficit de estatura, 42,8 milhões sofriam de emagrecimento agudo e 35,5 milhões estavam com sobrepeso, um retrato da dupla carga da má nutrição. Entre crianças e adolescentes, o sobrepeso já supera o baixo peso, reflexo de ambientes alimentares dominados por ultraprocessados e marketing agressivo.

    O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) defende há anos políticas mais rigorosas de regulação alimentar e programas escolares de alimentação saudável. As agências da ONU recomendam transformar os sistemas alimentares com foco em proteção social, compras públicas de alimentos saudáveis, agricultura resiliente ao clima e cadeias curtas de produção, valorizando a agricultura familiar.

    Dessa forma, o relatório SOFI e a plataforma oficial dos ODS apontam que, para cumprir as metas até 2030, será necessário acelerar políticas e investimentos nessas frentes.

    Casos concretos mostram o impacto dessas políticas

    Países que mantiveram redes de proteção social e programas de alimentação escolar consistentes resistiram melhor à pandemia e à inflação de alimentos. Já onde o financiamento é frágil, a fome voltou a aumentar. A ONU e a OMS resumem: embora o número de pessoas com fome tenha caído levemente em 2024, ele cresceu em sub-regiões da África e da Ásia Ocidental, e o mundo segue fora da trajetória para eliminar a fome até 2030.

    No Brasil, após forte piora entre 2015 e 2022, o país registrou expressiva redução da fome severa. Segundo o SOFI 2024, a insegurança alimentar severa caiu 85% em 2023, passando de 17,2 milhões de pessoas (8% da população) em 2022 para 2,5 milhões (1,2%) em 2023. O governo federal atribui essa melhora à retomada das políticas de proteção social e abastecimento.

    Em 2025, análises internacionais destacaram que o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome, com queda acelerada da insegurança alimentar em dois anos, resultado de políticas que combinam acesso à renda e fortalecimento da agricultura familiar, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O PAA, reinstituído por lei em 2023, aproxima agricultores familiares de mercados institucionais, diversifica cardápios e gera renda nos territórios. Já o PNAE determina que pelo menos 30% dos recursos federais destinados à merenda sejam aplicados na compra direta da agricultura familiar, consolidando uma estratégia de segurança alimentar e desenvolvimento local.

    O ODS 2 foi escolhido porque nenhum país prospera com populações desnutridas, doentes ou mal alimentadas. A fome compromete o aprendizado, reduz a produtividade, eleva custos de saúde e pode desestabilizar sociedades. Apesar de um leve alívio em 2024, persistem riscos como inflação de alimentos, choques climáticos, conflitos e endividamento público. A resposta indicada pela ONU passa por ciência, inovação, financiamento coordenado e políticas de proteção social que assegurem acesso universal a dietas saudáveis, colocando agricultores familiares no centro da transição alimentar.

     

    Texto: Arnaldo F. Vieira – Ascom Subseção/SP
    Revisão: Tamires Lopes – Ascom/FRB

    Crédito da imagem: Freepik

  • ODS 1 – Erradicação da pobreza: o maior desafio global até 2030

    ODS 1 – Erradicação da pobreza: o maior desafio global até 2030

    Entenda por que a erradicação da pobreza extrema foi definida como o primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Conheça os números que motivaram essa decisão e as principais iniciativas adotadas pelo mundo e pelo Brasil para enfrentar esse desafio

     

    A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu “erradicar a pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares” como o primeiro dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030. A escolha reflete um consenso internacional: eliminar a pobreza extrema é o maior desafio global e condição essencial para o desenvolvimento sustentável.  

    Ao adotar a Agenda 2030, em 2015, os países reconheceram que seria impossível avançar nos demais objetivos sem superar a pobreza, raiz de problemas como fome, doenças, desigualdade e conflitos sociais. O documento Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável declara: “Estamos decididos a libertar a raça humana da tirania da pobreza (…) comprometemo-nos que ninguém seja deixado para trás”. 

    A decisão de colocar a erradicação da pobreza como ODS nº 1 também se baseou na experiência dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), vigentes até 2015. O primeiro ODM previa reduzir pela metade a pobreza extrema, meta parcialmente alcançada. Entre 1990 e 2015, a proporção da população mundial em pobreza extrema caiu de 36% para cerca de 12%, retirando mais de 1 bilhão de pessoas da miséria em 25 anos; um avanço impulsionado principalmente pela Ásia. Ainda assim, cerca de 1 bilhão de pessoas continuavam sobrevivendo com menos de US$ 1,25 por dia. Diante disso, a ONU e o Banco Mundial estabeleceram a meta de eliminar a pobreza extrema até 2030, colocando-a no topo da nova agenda global.  

    Esforços globais 

    Para enfrentar o desafio, governos e organismos internacionais vêm adotando políticas que combinam crescimento econômico inclusivo, proteção social e investimentos em serviços básicos. O Banco Mundial defende que taxas de crescimento mais elevadas, associadas a políticas redistributivas, são essenciais para mudar a trajetória até 2030. Ao mesmo tempo, a ampliação de redes de proteção social é vista como fundamental. Durante a pandemia, países com sistemas robustos de auxílio emergencial conseguiram conter o aumento da pobreza, enquanto nações com menos recursos tiveram retrocessos mais graves. 

    No plano internacional, iniciativas como o Social Protection Floor (piso de proteção social), da ONU e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), incentivam os países a garantir um nível básico de renda e acesso a serviços essenciais. Diversos governos criaram programas de transferência de renda voltados aos mais vulneráveis, enquanto organismos multilaterais e ONGs financiam projetos de geração de emprego, agricultura sustentável e educação, reconhecendo as múltiplas dimensões da pobreza. 

    Experiências nacionais demonstram que é possível alcançar resultados expressivos. A China, por exemplo, retirou cerca de 800 milhões de pessoas da pobreza em quatro décadas, respondendo por mais de 75% da redução global nesse período. Combinando rápido crescimento econômico e políticas voltadas às áreas rurais mais pobres, o país erradicou a pobreza extrema em 2021, dez anos antes do prazo da Agenda 2030. Índia e México também se destacam com programas de proteção social em larga escala, que, aliados à melhora nos indicadores de saúde e educação, reduziram a vulnerabilidade intergeracional à pobreza. 

    É importante destacar que erradicar a pobreza vai além da dimensão econômica: é uma questão de direitos humanos e estabilidade social. A privação de renda e de acesso a necessidades básicas fere a dignidade humana e amplia desigualdades, que, por sua vez, podem gerar tensões e conflitos, retroalimentando a pobreza. Por isso, combater a pobreza é também uma forma de prevenir crises humanitárias e promover sociedades mais justas e pacíficas. A ONU reforça que alcançar o ODS 1 é essencial para o avanço dos demais, como educação de qualidade (ODS 4), redução das desigualdades (ODS 10) e paz (ODS 16). 

    No Brasil 

    Apesar dos avanços, o desafio permanece grande. Milhões de brasileiros ainda vivem com renda muito baixa ou sem acesso a serviços essenciais, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste e entre grupos historicamente vulneráveis, como comunidades rurais, população negra e famílias chefiadas por mulheres. Em 2021, cerca de 48% da população do Nordeste estava abaixo da linha de pobreza, contra 14% na região Sul. Para enfrentar essas disparidades, o país combina políticas nacionais, como transferências de renda, previdência social, valorização do salário mínimo e investimentos em saúde, educação e saneamento, com ações locais de inclusão produtiva e assistência social.  

    A erradicação da pobreza está no centro das agendas global e nacional por razões evidentes: trata-se de uma urgência moral, pois milhões de vidas estão em jogo, e de uma base indispensável para todos os demais avanços sociais e econômicos. Como reafirmou a ONU em 2015, acabar com a pobreza extrema é uma condição prévia para um futuro sustentável e justo. Os números mostram a dimensão do desafio, mas também comprovam que o progresso é possível. O caminho até 2030 exige acelerar esforços, compartilhar conhecimento e ampliar recursos para que o ODS nº 1, “acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”, deixe de ser um ideal e se torne uma realidade para todos. 

     

    Texto: Arnaldo F. Vieira – Ascom Subseção/SP
    Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB 

    Crédito da imagem: Internet 

  • Alunos dos Cursos de Línguas da FRB participam de Imersão em Política

    Alunos dos Cursos de Línguas da FRB participam de Imersão em Política

    O encontro reforça que o aluno, enquanto cidadão, pode atuar politicamente na sociedade e fazer a diferença.

     

    Brasília/DF – Nos dias 13 e 16 de outubro, os alunos dos Cursos de Línguas da Fundação Republicana Brasileira (FRB) participaram de uma aula especial de Imersão em Política. O encontro apresentou aos estudantes as diversas formas de participação cidadã nas decisões da comunidade, indo muito além do simples dever de votar.

    O objetivo da FRB é promover a educação política pautada em valores do conservadorismo, transformando conhecimento em cidadania. Por isso, o tema integra a grade dos Cursos de Línguas, incentivando os alunos a compreenderem seus direitos, deveres e o papel que cada um pode exercer na sociedade.

    A palestra foi ministrada pelo cientista político da Fundação, Fábio Vidal, que destacou a importância da iniciativa:

    “O curso de Imersão em Política é uma nova iniciativa da FRB para aproximar os cidadãos, inclusive os alunos dos Cursos de Línguas, dos temas que fazem parte do dia a dia, como democracia, representação, mobilização comunitária e políticas públicas. De forma didática e dinâmica, mostramos que a participação política vai além das urnas e pode acontecer em projetos sociais, manifestações ou outras ações coletivas. Foi uma experiência gratificante ver o interesse e o envolvimento dos alunos em cada debate”.

    Os Cursos de Línguas da FRB são gratuitos e totalmente on-line, acessíveis a cidadãos de todo o Brasil. As turmas de Inglês e Espanhol contam com instrutores nativos e brasileiros com experiência internacional, enquanto o Curso de Libras é ministrado por professores formados em Língua Brasileira de Sinais.

    A Fundação abre inscrições duas vezes por ano, com turmas de cinco meses de duração e certificação ao final do curso.

     

    Por: Mazé Rodrigues – Ascom FRB
    Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB

    Fotos: Carlos Gonzaga – Ascom FRB

  • Trabalho por Aplicativo: FRB é a primeira fundação partidária a promover debate público sobre regulamentação

    Trabalho por Aplicativo: FRB é a primeira fundação partidária a promover debate público sobre regulamentação

    Encontro reuniu representantes do poder público, empresas privadas e sociedade civil para discutir os impactos do PLP 152/25

     

    Brasília/DF – A Fundação Republicana Brasileira (FRB) realizou, nesta terça-feira (21), um debate inédito sobre a regulamentação do trabalho por aplicativo, tema central do Projeto de Lei Complementar nº 152/25, em tramitação na Câmara dos Deputados. Esta foi a primeira vez que uma fundação partidária promoveu um diálogo público reunindo todos os setores diretamente envolvidos no assunto.

    O evento ocorreu no auditório da sede da FRB, em Brasília, e contou com a participação de representantes do poder público, de empresas privadas, de trabalhadores e estudantes. O cientista político da Fundação, Fábio Vidal, mediou a conversa, cujo objetivo foi promover uma escuta democrática e plural sobre o futuro da categoria e as políticas públicas voltadas ao setor.

    A presidente da FRB, Renata Sene, destacou a importância de abrir espaços de diálogo como esse, reafirmando o compromisso da instituição com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

    “Foi um evento impactante, com pessoas de alto nível e olhares diversos. A FRB demonstra, mais uma vez, sua responsabilidade em tratar com seriedade um tema que afeta milhões de brasileiros e que precisa ser discutido com equilíbrio e sensibilidade”, afirmou.

    O relator da Comissão Especial sobre Regulamentação dos Trabalhadores por Aplicativo, deputado federal Augusto Coutinho (Republicanos/PE), apresentou um panorama do projeto e defendeu a criação de critérios mais justos e equilibrados nas relações entre plataformas e trabalhadores.

    “Hoje, as plataformas decidem de forma unilateral. É preciso equilíbrio, proteção social e segurança para todos os envolvidos”, destacou o parlamentar, que prevê apresentar seu parecer em novembro, com deliberação até dezembro do corrente ano.

    Representantes das principais empresas do setor também contribuíram com diferentes perspectivas sobre a regulamentação:

    • Gabriela Silveira (Uber) defendeu uma regulação equilibrada, que assegure segurança jurídica, proteção social e autonomia aos motoristas, considerando também os impactos econômicos para os usuários.
    • Alessandra Serrazes (99) ressaltou que a regulamentação é essencial para garantir previsibilidade e segurança jurídica às empresas e aos trabalhadores, elogiando o ambiente de diálogo promovido pela FRB:

    “O ambiente promovido pela Fundação Republicana Brasileira é fundamental para construirmos políticas públicas que realmente atendam aos interesses da sociedade. Esse tipo de debate maduro e responsável mostra que é possível unir diferentes visões em torno de um mesmo objetivo”, pontuou.

    • Werner Miranda (iFood) reforçou o apoio da empresa à regulação baseada em quatro pilares: autonomia, seguros, previdência social e transparência, destacando ainda a importância da educação e da construção coletiva de conhecimento.

    “O iFood reconhece sua responsabilidade e quer contribuir de forma ativa para essa construção. A FRB fez um excelente trabalho ao reunir diferentes vozes para discutir um tema tão relevante. Acreditamos que educação e diálogo são pilares para o desenvolvimento nacional”, afirmou.

    • André Porto (Amobitec) lembrou que a maioria dos motoristas prefere atuar sem vínculo empregatício e defendeu que a regulamentação deve preservar a inovação e a concorrência, evitando regras que prejudiquem as plataformas menores.
    • Lorrayne Andrade (Belas Car) enfatizou que a regulação deve garantir direitos básicos sem retirar a liberdade das motoristas, além de destacar a importância da representatividade feminina nas discussões.

    “É essencial que o debate considere as especificidades de cada plataforma. A FRB acerta ao promover um espaço de diálogo com representatividade e foco em soluções reais. Esse tipo de iniciativa fortalece a voz de quem está na ponta, como as mulheres que trabalham nas ruas todos os dias”, afirmou.

    O debate também deu espaço aos trabalhadores. O motorista Eliseu Pinto Costa compartilhou sua experiência e ressaltou a importância da união da categoria.

    “A regulamentação é necessária para garantir segurança e valorização a quem trabalha todos os dias nas ruas. Precisamos estar unidos, porque nossa força vem da nossa união”, afirmou.

    Com a iniciativa, a Fundação Republicana Brasileira reafirma seu papel como espaço de diálogo, formação e cidadania, promovendo conhecimento e contribuindo para o fortalecimento da democracia e o desenvolvimento nacional.

    Essa é uma realização da FRB, em parceria com a Faculdade Republicana, instituição de ensino superior idealizada pela FRB e reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Com essa união, os cursos da FRB recebem a chancela de uma entidade acadêmica consolidada, que alia experiência e excelência acadêmica a mais credibilidade e reconhecimento.

     

    Por: Mazé Rodrigues – Ascom FRB
    Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB
    Fotografia:
    Carlos Gonzaga – Ascom FRB

  • Pré-COP30 debate participação cidadã e mudanças climáticas na Casa da ONU

    Pré-COP30 debate participação cidadã e mudanças climáticas na Casa da ONU

    Evento reuniu representantes de diversas instituições para discutir como a escuta e o engajamento social podem impulsionar ações climáticas sustentáveis.

     

    Brasília/DF – Na segunda-feira, 13 de outubro, o Delibera Brasil, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o (Re)surgentes: Assembleias Climáticas de América Latina promoveram o evento Pré-COP30, com o tema “Participação cidadã e mudanças climáticas”, na Casa da ONU, Complexo Sérgio Vieira de Mello, em Brasília.

    O encontro reuniu representantes da sociedade civil, delegações oficiais e instituições multilaterais com o objetivo de destacar práticas participativas inovadoras voltadas à ação climática, promover o diálogo entre diferentes setores e defender a incorporação de mecanismos de participação deliberativa nas políticas ambientais, em níveis local, nacional e global.

    Durante as discussões, os participantes refletiram sobre o impacto real da participação cidadã nas decisões que moldam o futuro ambiental do planeta. Entre os exemplos citados, destacou-se a atuação da presidente da Fundação Republicana Brasileira (FRB), Renata Sene, reconhecida pela escuta ativa da população durante sua gestão como prefeita de Francisco Morato (SP), quando implantou um modelo participativo para o Plano Plurianual (PPA) do município.

    O evento também abordou as diretrizes dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que orientam as ações do Brasil até 2030 e buscam promover melhorias concretas na qualidade de vida da população em diversas áreas.

    Uma das atividades em destaque foi a mesa-redonda “Superando obstáculos para transformar a participação em ação”, que aprofundou o debate sobre os desafios e caminhos para tornar o engajamento social um motor de transformação climática efetiva.

    A Fundação Republicana Brasileira foi representada por uma equipe liderada pelo coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas (NEP), Fábio Vidal, que ressaltou a importância do diálogo plural para o fortalecimento das políticas públicas:

    “Uma das questões mais ressaltadas no evento foi a importância da participação, compreendendo que ela tem um custo, e que esse custo deve ser visto como um investimento. É algo que a sociedade precisa assumir para que mais pessoas possam participar e, assim, gerar ganhos coletivos. É dessa forma que conseguimos planejar o futuro e alcançar os indicadores de desenvolvimento sustentável, os ODS”, afirmou Vidal.

     

    Por: Mazé Rodrigues – Ascom FRB
    Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB

  • É possível “plantar” água?

    É possível “plantar” água?

    Práticas que unem ciência, natureza e ação comunitária demonstram que restaurar ecossistemas e adotar tecnologias sustentáveis pode ser a chave para garantir água no futuro

    A expressão “plantar água” pode soar como uma metáfora, mas descreve um conjunto crescente de práticas e tecnologias voltadas à recuperação de mananciais, ao aumento da infiltração da chuva no solo e à recarga dos aquíferos. Em tempos de secas severas e mudanças climáticas, a questão deixou de ser apenas retórica: governos, agricultores e cidades buscam alternativas para assegurar a disponibilidade de água sem depender exclusivamente de barragens ou desvios de rios. A ideia central é simples: ao cuidar da terra e da vegetação, devolve-se à natureza a capacidade de armazenar e liberar água de forma equilibrada.  

    No Brasil, as chamadas barraginhas tornaram-se símbolo dessa lógica. Pequenas bacias escavadas no solo, instaladas em áreas agrícolas, retêm a água da chuva e favorecem sua infiltração. Essa técnica, difundida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), já recuperou milhares de nascentes e ampliou o abastecimento de comunidades rurais no Cerrado e no Semiárido. Outro exemplo são os sistemas agroflorestais, que integram o cultivo de alimentos com árvores nativas, reduzindo a erosão, ampliando a biodiversidade e mantendo o ciclo da água em equilíbrio. Projetos desse tipo, implantados em regiões como o Vale do Ribeira (SP) e o norte de Minas Gerais, vêm apresentando resultados consistentes na proteção de nascentes. 

    Nas cidades, cresce o investimento em infraestrutura verde. Jardins de chuva, pavimentos permeáveis e telhados verdes funcionam como filtros naturais, retendo parte da água das tempestades e permitindo sua infiltração no solo. Além de reduzir enchentes, essas soluções aliviam o sistema de drenagem urbana e contribuem para a recarga dos aquíferos. Experiências em capitais como Curitiba e São Paulo já incluem esses dispositivos em parques, praças e avenidas. 

    No cenário internacional, há exemplos inspiradores. Espanha e Israel têm investido em projetos de recarga artificial de aquíferos, nos quais a água da chuva ou tratada é direcionada para áreas de infiltração controlada, evitando o esgotamento das reservas subterrâneas. Nos Estados Unidos, cidades como Nova York e Portland utilizam corredores verdes e zonas de retenção para conter enchentes e garantir qualidade hídrica. Já na China, o conceito de “cidades-esponja” busca transformar áreas urbanas em ambientes capazes de absorver até 70% da água da chuva, reduzindo inundações e promovendo o reaproveitamento local. 

    As políticas públicas também desempenham papel decisivo. O Programa Produtor de Água, da Agência Nacional de Águas (ANA), remunera agricultores que preservam matas ciliares e nascentes, estimulando a conservação como atividade econômica. Em Minas Gerais, o Projeto Manuelzão revitalizou trechos do Rio das Velhas, principal afluente do São Francisco, por meio de ações de reflorestamento e educação ambiental. Esses exemplos mostram que a prática de “plantar água” envolve não apenas técnica, mas também integração entre ciência, sociedade e gestão pública. 

    Especialistas reforçam que “plantar água” é, na verdade, restaurar o ciclo hidrológico. Ao proteger a vegetação nativa, sobretudo em áreas de recarga, e adotar práticas agrícolas sustentáveis, aumenta-se a capacidade do solo de absorver e reter água. Com isso, rios mantêm vazões mais estáveis, diminuem-se os riscos de secas prolongadas e garante-se qualidade hídrica para o consumo humano e a produção de alimentos. Além disso, a recarga de aquíferos ajuda a prevenir crises de abastecimento em grandes cidades, que já sentiram os efeitos das estiagens recentes. 

    O futuro aponta para a integração dessas soluções. Tecnologias de baixo custo, como barraginhas e jardins de chuva, podem ser combinadas a sistemas digitais de monitoramento de aquíferos e a programas de restauração florestal em larga escala. Globalmente, iniciativas como a Década da Restauração dos Ecossistemas, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), reforçam a urgência de recuperar paisagens degradadas como estratégia para enfrentar a crise hídrica e climática. 

    Assim, a pergunta inicial encontra resposta prática: é possível “plantar” água ao plantar árvores, conservar o solo e restaurar ecossistemas. As soluções já existem, mas dependem de escolhas políticas, participação comunitária e investimento contínuo. Preservar rios e mananciais é mais do que uma ação ambiental, é um compromisso com a segurança hídrica das próximas gerações. 

     

    Texto: Arnaldo F. Vieira – Ascom Subseção/SP 

    Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB  

    Imagem: Bigstock 

  • FRB lança o Centro de Inovação Municipal (CIM) em Campinas (SP)

    FRB lança o Centro de Inovação Municipal (CIM) em Campinas (SP)

    O encontro reuniu autoridades e especialistas paulistas para prestigiar esse importante marco

    São Paulo (SP) – Na sexta-feira (26/09), a Fundação Republicana Brasileira (FRB) deu mais um passo significativo ao lançar o Centro de Inovação Municipal (CIM), em evento realizado no Plenário da Câmara Municipal de Campinas (SP). A iniciativa tem como objetivo oferecer conteúdos sobre inovação e boas práticas na gestão pública, agora disponibilizados por meio do CIM.

    O centro integra o Núcleo de Estudos e Pesquisas (NEP) da FRB e foi criado para oferecer capacitação prática, soluções inovadoras e suporte estratégico, auxiliando gestores e equipes municipais na transformação de recursos e projetos em melhorias concretas que impactam diretamente a vida dos cidadãos.

    A abertura foi conduzida pelo coordenador do NEP e palestrante, Fábio Vidal, que apresentou a Fundação por meio de um vídeo institucional. Em seguida, a presidente da FRB, Renata Sene, compartilhou experiências de sua gestão à frente do município de Francisco Morato, destacando ações bem-sucedidas e desafios superados por meio da escuta ativa da população.

    Na sequência, Renata realizou o lançamento oficial do CIM, acompanhada dos consultores Engenheiro Ragi, Dani Salomão, Mariana Pimentel e Vanessa Meneses. Ela ressaltou a importância da iniciativa:

    “Hoje, aqui em Campinas, é o grande anúncio do CIM, o Centro de Inovação Municipal. O que significa isso? Entender todas as complexidades da cidade, os problemas, os desafios e resolvê-los com inovação, com inteligência, trazendo o que há de melhor no país em projetos. Esse é o CIM”.

    A primeira palestra do dia foi ministrada pelo cientista político Fábio Vidal, com o tema “Indicadores que valorizam seu município”. Em seguida, Santusa Santana, especialista no SUS pelo Instituto de Desenvolvimento Nacional da Aliança pela Saúde, apresentou a palestra “SUS Descomplicado: O Plano N.A.R.A”, destacando a importância de dados e protocolos de tratamento no atendimento a pacientes com doenças raras.

    “O que é inovar em saúde? Muitas vezes parece que isso significa apenas gastar mais, contratar mais pessoas ou trazer novas tecnologias para dentro do município. E pode ser isso também. Mas, na verdade, inovar é fazer melhor aquilo que já é feito. Para isso, precisamos de dados e do controle sobre eles: quem são os pacientes, quais doenças possuem e como tratá-los adequadamente. Isso exige protocolos claros de tratamento, para que cada paciente saiba como será sua jornada dentro do sistema. E, sobretudo, precisamos investir em capacitação continuada dos profissionais de saúde”, afirmou Santana.

    A programação seguiu com o administrador público Sérgio Ricardo Silva dos Santos, que abordou o tema “Gestão inovadora para resultados”, trazendo exemplos de boas práticas aplicadas em sua trajetória.

    Após a pausa para o almoço, os participantes retornaram para mais atividades. O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), apresentou cases de sucesso da cidade com o tema “Campinas: saneamento que impacta vidas” e destacou a relevância da parceria com a FRB:

    “Campinas, em parceria com a Fundação Republicana Brasileira, pode inspirar gestores de todo o Brasil. Temos iniciativas de sucesso no saneamento básico, na saúde digital, na educação, na assistente social. Mas também queremos aprender com outras cidades. Nossa expectativa é enorme com esse centro de inteligência municipal, que certamente vai capacitar e qualificar gestores, promovendo trocas fundamentais para aprimorar a gestão pública”.

    Também esteve presente o prefeito de Santana de Parnaíba (SP), Elvis Cezar, que compartilhou sua experiência de gestão baseada na escuta dos moradores para alinhar ações às necessidades da comunidade.

    Outro destaque foi o TED Talk CIM, conduzido pelos consultores Dani Salomão, Mariana Pimentel, Engenheiro Ragi e Augusto Miranda, que trouxeram diferentes perspectivas sobre gestão municipal. Em seguida, o painel “Fale com o Consultor” proporcionou atendimentos individuais e oficinas práticas, permitindo que os participantes levassem para seus municípios conhecimento aplicável à realidade local.

    Com a iniciativa, a FRB reafirmou seu compromisso de transformar conhecimento em cidadania e fortalecer a atuação republicana no Brasil. Em um cenário de constantes transformações tecnológicas, é essencial que as cidades tenham acesso a soluções inovadoras capazes de gerar benefícios concretos para o cidadão.

     

    Sobre o CIM

    O Centro de Inovação Municipal (CIM) foi criado para tornar a gestão pública mais eficiente, sustentável e orientada a resultados. O espaço oferece capacitação prática, consultoria estratégica e soluções inovadoras que aproximam a administração pública do cidadão.

    O CIM está aberto a todos os gestores municipais, independentemente de sigla partidária, afinal, a FRB acredita que uma gestão bem preparada transforma realidades.

    O contato com os consultores do CIM pode ser realizado pelo WhatsApp: (61) 99506-3125.

    Aqui, cada iniciativa tem um propósito: fortalecer a cidadania, despertar lideranças e preparar pessoas para enfrentar os desafios do futuro.

     

    Por: Mazé Rodrigues – Ascom FRB
    Revisão: Tamires Lopes – Ascom FRB
    Fotos: Equipe Subseção FRB SP