Os primeiros 100 dias da presidência de Motta e Alcolumbre no Legislativo – Conjuntura Republicana Ed. nº 211

Os primeiros 100 dias da presidência de Motta e Alcolumbre no Legislativo – Conjuntura Republicana Ed. nº 211

Durante a segunda semana de maio, o Legislativo Federal reduziu o ritmo do trabalho parlamentar. O fenômeno aconteceu em razão da ausência dos presidentes das casas, o deputado Hugo Motta (Republicanos/PB), que esteve presente em agendas nos Estados Unidos, e o senador Davi Alcolumbre (União/AP), que integrou a comitiva oficial do presidente Lula nas viagens para a Rússia e China.

Mesmo ausentes de Brasília, os atuais presidentes do Legislativo completaram, no último domingo (11), 100 dias de mandato. Nesse período, cada um dos presidentes atuou de forma distinta, contudo, o desempenho deles nesses dias pode indicar algumas das tendências que devem orientar a atuação do parlamento até dezembro de 2026. Na casa baixa, o presidente Hugo Motta protagonizou a solução de diversos conflitos, principalmente entre o PT do presidente Lula e o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele também esteve à frente das negociações com o Supremo Tribunal Federal (STF) para liberação das emendas parlamentares, que haviam sido bloqueadas pelo ministro Flávio Dino.

Embora o presidente Hugo seja reconhecido por sua serenidade e seu estilo “do diálogo”, ele também demonstrou uma postura firme, comprometida com a ordem e o respeito ao regimento interno da Câmara. Entre suas ações, destaca-se a nomeação do deputado Marcos Pereira (Republicanos/SP), presidente do Republicanos, para a Procuradoria-Geral da Câmara, cargo cujas atribuições foram ampliadas por Hugo com o objetivo de reforçar a defesa dos interesses da casa.

Já no Senado Federal, o senador Davi Alcolumbre, após 4 anos, assumiu seu segundo mandato como presidente da casa alta. Nesses primeiros 100 dias, manteve-se próximo do Governo Federal e participou da comitiva presidencial em diversas agendas internacionais.

Assim como Motta, o presidente Alcolumbre também atuou para amenizar os conflitos entre PT e PL. Embora o Senado tenha aprovado mais de 70 projetos no período, a maioria tratava de pautas consensuais. Propostas mais controversas, assim como aquelas de interesse direto do Governo, permaneceram fora da pauta da casa. Apesar de ainda estarem no início de seus mandatos, os presidentes das duas casas têm demonstrado, até aqui, uma atuação equilibrada, mesmo diante de um cenário político complexo. Propostas sensíveis, como a PEC da Anistia e a possível CPMI do INSS, têm inflamado o debate público, mas as movimentações feitas até agora indicam uma postura conciliatória de ambos os lados.

 

Fonte: Revista Veja

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