O Brasil figura entre os países com maior defasagem no atendimento à população por meio de sistemas de esgotamento sanitário. Em 2022, a cobertura de esgoto no país era inferior à de nações como a Índia, que, apesar de sua imensa população e profundas desigualdades estruturais, apresentava indicadores superiores nesse setor
Essa realidade evidencia as limitações do modelo majoritariamente público, que tem se mostrado incapaz de viabilizar os investimentos necessários à universalização do saneamento básico.
A promulgação do Marco Legal do Saneamento Básico, em 2020, representou um marco importante ao viabilizar a entrada de empresas privadas no setor. A nova legislação também estabeleceu metas ambiciosas: garantir, até 2033, o acesso de 99% da população à água potável e de 90% à coleta e ao tratamento de esgoto.
Desde então, a colaboração público-privada tem se mostrado um caminho mais eficiente, com a iniciativa privada impulsionando o progresso em direção à universalização dos serviços. Exemplo disso são os investimentos recentes realizados nos estados de Pernambuco, Pará, Espírito Santo e Rondônia, que, juntos, beneficiarão aproximadamente 16,1 milhões de pessoas.
Apesar dos desafios persistentes, a sinergia entre os setores público e privado representa hoje a principal esperança para que o Brasil supere seu atraso histórico no saneamento, alcance as metas estabelecidas e promova melhorias significativas na qualidade de vida da população.