O terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um cenário político desafiador, com índices de desaprovação inéditos em sua trajetória.
Pesquisas recentes indicam que, pela primeira vez, a rejeição ao governo supera sua aprovação, um sinal preocupante para a viabilidade de uma eventual reeleição em 2026, especialmente porque a insatisfação atinge setores tradicionais de sua base eleitoral.
Apesar de reconhecer a queda na popularidade, o governo atribui o fenômeno a falhas na comunicação entre o Planalto e a população e não à sua gestão. No entanto, para conter o desgaste e recuperar apoio, a administração tem apostado em medidas populistas, como o programa “Pé de Meia”, voltado à redução da evasão escolar, além de outras iniciativas direcionadas aos seus eleitores históricos.
Entre os principais fatores que explicam a perda de popularidade, estão a inflação dos alimentos e a alta do dólar, que pressionam o custo de vida e afetam diretamente a população, sobretudo as camadas mais vulneráveis.
O aumento no preço de itens básicos, como café e ovos, reforça a percepção de piora nas condições econômicas. Paralelamente, o avanço do conservadorismo no cenário político global fortalece a oposição, tornando o ambiente eleitoral ainda mais adverso. A desinformação também tem desempenhado um papel importante nesse desgaste, como evidenciado no episódio da polêmica sobre o Pix, em que o governo não conseguiu conter a disseminação de fake news e recuou em sua decisão.
No Congresso Nacional, a falta de maioria parlamentar e a forte oposição dificultam a governabilidade. Com a iminente reforma ministerial, o governo buscará ampliar sua base por meio da distribuição de cargos e maior articulação política. No entanto, a estratégia de minimizar os problemas de gestão e responder com ações paliativas, sem ajustes estruturais na política econômica, pode intensificar o desgaste e tornar a disputa pela reeleição ainda mais desafiadora.