As Inteligências Artificiais (IAs) estão ficando cada vez mais populares. A praticidade e a sensação de realismo tornam-nas ferramentas poderosas, cada vez mais incluídas no dia a dia profissional da maioria das empresas e até mesmo nos serviços públicos
As respostas chamativas e bem fundamentadas criam a sensação de que essas máquinas são capazes de pensar, produzir relatórios, fazer pesquisas e até dar conselhos de vida. Entretanto, diante do uso massivo dessas tecnologias, surgem diversos questionamentos: as IAs são realmente capazes de pensar? Elas podem substituir os seres humanos ou até mesmo se rebelar contra a humanidade?
Ferramentas como ChatGPT, DeepSeek, Gemini ou Copilot são, na prática, Large Language Models (LLMs) ou, em português, Grandes Modelos de Linguagem.
Essas tecnologias são criadas para encontrar padrões e fornecer respostas com base neles. Embora passem a sensação de que estão gerando respostas como um ser humano, elas apenas analisam o texto de forma matemática e retornam uma outra expressão matemática que corresponde a um texto que visualmente aparenta ser a ‘resposta’.
As IAs são agentes que não possuem o que é fundamental: o poder de agenciar, escolher, raciocinar, sentir ou expressar emoções. Os modelos de LLM jamais poderiam se rebelar, porque não existe vontade ou personalidade; apenas cálculos matemáticos para encontrar padrões da linguagem humana.
Compreender o que realmente são os LLMs não significa que elas não possam ser úteis.
Pelo contrário, a habilidade única dessas tecnologias em encontrar padrões nos permite amplificar diversas técnicas humanas na execução de tarefas, mas é importante ter em mente suas limitações.
Os LLMs são baseados em algoritmos de redes neurais, mas, apesar do nome, diferem completamente do funcionamento dos neurônios humanos. De forma objetiva, todas as vezes que perguntamos algo ao ‘Chat’, por exemplo, rodamos uma ‘roleta da sorte’, e o resultado é uma resposta que busca ser agradável a um ser humano, mas não necessariamente correta.
Texto: Gabriel Lana (Analista Político do NEP/FRB)