A agenda de prioridades do Planalto foi remodelada devido à calamidade pública no estado do Rio Grande do Sul. O Governo, que passa por um momento delicado com diversas crises internas ligadas à governabilidade e a problemas orçamentários, agora encontra-se ocupado com os problemas relacionados às enchentes no RS.
A judicialização da desoneração das folhas de pagamentos, as discussões sobre os vetos do Executivo e as articulações em torno do projeto de regulamentação da Reforma Tributária perderam o protagonismo nas discussões diante da atual crise. Além disso, a excepcionalidade da catástrofe na região Sul tem diversos agravantes que podem tornar o problema ainda maior nas próximas semanas, demandando que o Executivo Federal faça diversas realocações orçamentárias para lidar com a crise.
Ainda, ressalta-se que, após a mitigação da enchente, será necessário um apoio da União para a reconstrução da infraestrutura do estado. Apesar da distância ideológica entre o Governo Federal e Estadual, a calamidade atual força a união dos atores. É importante destacar que essas alianças temporárias podem resultar em benefícios imediatos, mas nem sempre representam uma mudança duradoura na dinâmica política.