Na última segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgou o resultado das eleições que aconteceram no último domingo (28). De acordo com o órgão, Nicolás Maduro recebeu 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González.
No entanto, o CNE anunciou o resultado antes da conclusão total da apuração e sem a divulgação de todos os boletins de urna. Esses fatores contribuíram para o questionamento da legitimidade do processo eleitoral, resultando em uma onda de manifestações por todo o país, que foi violentamente reprimida pelas forças de segurança.
A desordem decorrente das incertezas sobre o resultado eleitoral pode agravar a crise social e política do país e afetar o equilíbrio da região sul-americana. A escalada de violência influencia diretamente a relação da Venezuela com os países vizinhos, incluindo questões de segurança nas fronteiras e nos municípios do estado de Roraima, no Brasil.
Em outubro de 2023, o governo de Maduro assinou o Acordo de Barbados, que estabelecia garantias na execução de eleições democráticas em troca da remoção de algumas sanções. Caso a fraude nas eleições seja confirmada, o regime de Maduro terá deliberadamente rompido com o compromisso internacional.
O isolamento da Venezuela também aumenta as inseguranças com relação aos conflitos, como é o caso da disputa na região de Essequibo, parte do território da Guiana. A falta de legitimidade e o desrespeito aos tratados internacionais contribuem para a manutenção da imprevisibilidade do governo venezuelano.
Nesse contexto, a posição oficial do governo brasileiro ainda é incerta, pois o Planalto aguarda mais informações que validem o resultado divulgado. No entanto, parlamentares e outras figuras políticas brasileiras já se posicionaram contra o resultado.
O PT e grande parte da sua militância foram uns dos poucos atores que reconheceram a vitória duvidosa de Maduro, ao lado de Cuba, Nicarágua, Coreia do Norte, Irã e Rússia.
O posicionamento petista reitera a atuação ideológica nos debates internacionais, a qual, assim como nas declarações relacionadas à guerra da Ucrânia e ao conflito em Israel, isola o Brasil dos demais Estados Democráticos.