A jornada da independência: entre o Fico e o Ipiranga – Conjuntura Republicana Ed. nº 186

A jornada da independência: entre o Fico e o Ipiranga – Conjuntura Republicana Ed. nº 186

No sábado, 7 de setembro, será comemorado o Dia da Independência do Brasil. As celebrações desse dia estão associadas à cultura do povo brasileiro e são uma parte importante da construção da identidade nacional.

No dia 7 de setembro de 1822, o Brasil tornou- -se independente de Portugal, mas o processo de afirmação como país iniciou-se muito antes deste dia.

A emancipação do Brasil começou a ser gestada no antigo território ultramarino português a partir de 1815, quando o Brasil passou de uma simples colônia portuguesa e ganhou o status de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Com o retorno da família real portuguesa à Europa, em 1821, apenas o príncipe Dom Pedro I ficou no Brasil, contudo, a corte portuguesa tentou obrigar que o príncipe retornasse ao seu país. Assim, no dia 5 de janeiro de 1822, Dom Pedro recusou-se a acatar o chamado da corte e declarou que ficaria no Brasil.

A data ficou conhecida como o “Dia do Fico”, o então príncipe de Portugal declarou na cidade do Rio de Janeiro, no Paço Real, que hoje é chamado de Praça XV, a seguinte frase “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digam ao povo que fico!”. A partir do “Dia do Fico”, a independência do Brasil já era inevitável e seria declarada no dia 7 de setembro daquele ano, às margens do riacho do Ipiranga.

A trajetória de independência do Brasil é cercada de mitos e descrições idealizadas do ocorrido e, para além dessas mitologias, destacam-se no processo brasileiro de emancipação algumas características conservadoras.

A ausência de uma guerra pela independência e de uma ruptura brusca com o então modelo de governo do Estado, assim como a manutenção da monarquia brasileira e da organização administrativa da época, evidenciam alguns dos traços do conservadorismo no processo de libertação do país. Estes traços conservadores também colaboraram para a união entre os estados do Brasil, os quais, diferente de outras colônias europeias nas américas, não se fragmentaram em diversos pequenos países.

Os festejos em comemoração ao Dia da Independência precisam estar acompanhados do entendimento do processo que garantiu a soberania do povo brasileiro e, assim, fortalecer a história que pertence a todos os cidadãos do Brasil.

 

Texto: Gabriel Lana

compartilhe com amigos: