Imagine você, hoje, cidadão, renunciando a sua TV 4K, ultrafina, para ter novamente uma belíssima TV de tubo, talvez preto e branco; ou ainda renunciando ao smartphone para voltar a ter o “Nokia Tijolão”…
Sabe porque você está lendo estes exemplos? Porque estamos na iminência de entrar em um debate que pode mudar tudo na política brasileira: o voto digital. Sim! As altas abstenções nas eleições municipais de 2024 chamaram a atenção para um avanço que é fundamental no atual debate político.
O elevado índice de abstenção, com média de 30% em todo o país, está ligado à entrada de uma nova geração no cenário democrático. Altamente conectados, esses jovens não se identificam com aspectos tradicionais das eleições, como campanhas em papel ou a necessidade de se deslocar para votar.
Se conseguimos realizar transações seguras por Pix, em tempo real, usando tecnologias avançadas como a Blockchain, por que não aplicar o mesmo princípio ao voto? Os mais céticos afirmam que o voto digital poderia aumentar o voto de cabresto; outros questionam sua segurança; enquanto alguns defendem o retorno do voto impresso.
As respostas para essas questões são relativamente simples. O nível de segurança no voto digital seria equivalente ao das operações bancárias, com as mesmas preocupações: autenticação, criptografia, sigilo de dados, que, no caso, só poderia ser requisitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além da correta identificação do usuário e sua localização, quando necessário.
Além disso, há vários outros motivos para discutir o voto digital. Os custos logísticos e de segurança de uma eleição geral em um país continental como o Brasil são altíssimos. Se conseguirmos implementar o voto por celular ou computador, a comodidade desse sistema permitirá uma maior participação cidadã, especialmente da nova geração, já imersa em tecnologia. Dessa forma, eles poderão exercer sua responsabilidade democrática de qualquer lugar, com apenas um clique.
Já uma possível crítica seria sobre qual outro país do mundo adota a votação digital. E a resposta, mais uma vez, é simples: a Estônia. Você pode questionar essa comparação devido ao tamanho pequeno do país, mas o que está em jogo aqui é segurança e credibilidade. A Estônia é o país mais digitalizado do mundo em serviços públicos, com 100% de seus serviços, incluindo o voto, realizados digitalmente e com criptografia de nível militar. Isso se deve ao fato de a Estônia ser a sede do setor de segurança da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a maior aliança militar do mundo.
Portanto, o debate sobre o voto digital deve ser conduzido de forma técnica, sem ideologias ou paixões, focando no futuro e garantindo a participação das próximas gerações no sistema democrático. Nesse sentido, o Republicanos se posiciona à frente, mais uma vez, ao liderar essa discussão essencial para o Brasil.
Texto: Guto Ferreira