O iminente recesso parlamentar marca o encerramento da primeira metade do governo do presidente Lula. O mandato de quatro anos do Executivo Federal segue algumas tendências notórias e que fazem parte da dinâmica política. Como de costume, no primeiro ano de um mandato presidencial, o governante goza de um amplo capital político que costuma viabilizar a implementação da agenda governista.
Nessa perspectiva, o presidente utilizou o folego inicial para executar a primeira grande ação da sua agenda, a Reforma Tributária, que apesar dos pontos pendentes, teve uma tramitação exitosa.
Além da reforma, o Governo investiu energia na tramitação do Novo Arcabouço Fiscal, considerado um gesto indispensável ao setor financeiro, visto que resgatou parte da confiança dos investidores no Brasil.
Ao longo do segundo ano do governo (2024), já era prevista uma queda significativa no ritmo de trabalhos do Legislativo, afinal, as eleições municipais que aconteceram no corrente ano esvaziaram a capital federal e impuseram um cronograma apertado de sessões no Congresso Nacional.
Assim, o Executivo precisou definir prioridades e evitar desgastes que pudessem prejudicar seu capital político. Na prática, o ano de 2024 foi marcado pela votação das regulamentações da Reforma Tributária e as discussões sobre cortes de gastos e emendas parlamentares.
O desfecho da primeira metade do mandato presidencial ainda traz consigo novos desafios que devem definir o ambiente político nos próximos dois anos.
Nesse contexto, cabe citar o resultado da pesquisa Quaest na última quarta-feira (11), o qual demonstrou a dificuldade do governo em comunicar seus resultados. Apesar da estabilização da aprovação do governo em 52%, o índice de rejeição permanece em uma crescente, atingindo cerca de 47%.
Dessa forma, a governabilidade será um fator determinante, que também deve motivar possíveis reformas ministeriais ainda na primeira metade de 2025.
Além disso, a proximidade do ano eleitoral em 2026 tende a reduzir a disposição do Governo de implementar medidas impopulares, o que, de certa forma, implica a manutenção de gastos com programas e subsídios governamentais.