Na última segunda-feira (17), o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, anunciou que o governo pretende elevar o percentual de etanol anidro na gasolina dos atuais 27% para 30% até o final de 2025.
Silveira destacou que essa iniciativa pode reduzir o preço da gasolina para os consumidores, já que o etanol tem um custo menor em comparação à gasolina. Essa mudança está prevista na Lei 14.993/2024, a Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024, que permite que o percentual de etanol na gasolina chegue até 35%.
Esses avanços fazem parte da estratégia governamental de descarbonização da matriz energética e do incentivo ao uso de combustíveis renováveis.
Além de seus efeitos sobre os preços e a sustentabilidade, a medida pode ser vista como um plano para reduzir a dependência do petróleo, especialmente diante das pressões internacionais sobre o mercado de combustíveis fósseis.
Essa decisão também se insere em um contexto geopolítico mais amplo, com o Brasil ajustando sua posição diante da rivalidade crescente entre China e Estados Unidos. Como um dos maiores produtores de etanol e parceiro comercial de ambas as potências, o Brasil pode se beneficiar ao se consolidar como um fornecedor de energia renovável.
Os Estados Unidos, grandes produtores de etanol à base de milho, têm um mercado interno consolidado, mas buscam expandir suas exportações. Já a China, maior importadora mundial de energia, tem aumentado seus investimentos em fontes renováveis e pode se tornar um mercado estratégico para o etanol brasileiro.
O aumento do percentual de etanol na gasolina impulsiona a indústria nacional de biocombustíveis e pode fortalecer a posição do Brasil em negociações internacionais, especialmente no cenário de tensão entre as duas maiores economias do mundo.
Sendo assim, além do impacto imediato nos preços e na sustentabilidade, essa decisão reforça o papel do Brasil como um protagonista no cenário energético global.