A penúltima semana de maio foi marcada por intensa pressão sobre o Governo Federal. A principal preocupação do Palácio do Planalto tem sido conter os desgastes políticos enfrentados pela presidência e esclarecer as ações promovidas pelo Governo.
Na terça-feira (20), o presidente Lula participou da 26ª Marcha dos Prefeitos, evento promovido pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que reuniu milhares de prefeitos de todo o Brasil. A presença do presidente foi marcada por vaias de representantes municipais contrários à sua atuação, o que gerou ampla repercussão.
As críticas de prefeitos e vereadores reforçam a tendência de enfraquecimento da imagem do Governo. Afinal, esses representantes serão fundamentais na futura disputa eleitoral de 2026, e uma eventual rejeição por parte deles representará um desafio ainda maior no próximo pleito.
Além das repercussões na Marcha dos Prefeitos, o Planalto também busca formas de minimizar os danos provocados pelo escândalo do INSS. Nesta semana, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, permaneceu em Brasília para tentar definir a estratégia do Planalto.
Enquanto isso, aliados do Governo tentam adiar a leitura do requerimento de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), prevista para a próxima terça-feira (27).
A expectativa é que, com o adiamento, o INSS tenha tempo para ressarcir as vítimas do escândalo, o que poderia reduzir a pressão sobre o Governo Federal.
Embora essa crise envolvendo o INSS seja o principal desafio do Planalto, outros focos de desgaste também se intensificaram. Na terça-feira (20), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi convocado pela Comissão de Relações Exteriores do Senado para esclarecer a concessão de asilo político à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão pela Justiça peruana por lavagem de dinheiro.
Já na quarta-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de uma reunião conjunta das Comissões de Finanças e Tributação (CFT) e das Comissões de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC).
Assim, a agenda da semana evidencia inúmeros conflitos emergentes. O Planalto tem se desdobrado entre promover ações que fortaleçam a imagem da Presidência e conter os diversos desgastes políticos que comprometem a aprovação do Governo.