Trump promove desorganização no comércio internacional – Conjuntura Republicana Ed. nº 206

Trump promove desorganização no comércio internacional – Conjuntura Republicana Ed. nº 206

A recente mudança na postura norte-americana no comércio internacional tem provocado a desorganização das cadeias produtivas ao redor do mundo e promovido incertezas em relação ao futuro das dinâmicas comerciais globais.

O movimento dos Estados Unidos da América (EUA), iniciado na quarta-feira (2), repercutiu em boa parte dos países do mundo e instalou um caos generalizado nas principais bolsas de valores.

A China foi o país mais impactado pelas medidas adotadas pelos Estados Unidos, uma vez que seu mercado já enfrentava uma tarifa de 10%, elevada para 20% em fevereiro. Na quarta-feira (2), quando diversos países foram atingidos por novas taxas, a China sofreu um acréscimo de mais 34%.

Em resposta à retaliação chinesa, o governo americano impôs, na terça-feira (8), um adicional de 50% e, posteriormente, na quarta-feira (9), mais 18%. Com isso, as tarifas de importação sobre produtos chineses totalizaram 125%.

Embora o Brasil tenha sido taxado em apenas 10%, as tarifas aplicadas a outros países podem gerar efeitos colaterais que impactam indiretamente o mercado nacional.

Um exemplo é a taxação sobre carros importados nos EUA, que pode prejudicar a produção de veículos brasileiros. Isso porque a capacidade ociosa da indústria automobilística mexicana, principal fornecedora do mercado norte-americano, pode ser redirecionada para a América do Sul, afetando a oferta de veículos no Brasil.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) avalia que a política protecionista do presidente Donald Trump, voltada ao fortalecimento da produção interna dos Estados Unidos, tende a provocar a realocação de investimentos que estavam previstos para outros países, como o Brasil.

Além desses riscos, o comportamento de Trump tem gerado uma distorção ainda mais prejudicial ao comércio internacional: a instabilidade das decisões e a ausência de justificativas plausíveis aumentam significativamente o nível de incerteza em relação ao futuro das cadeias produtivas globais.

A postura norte-americana marca o início de uma guerra tarifária com a China, cujos desfecho e consequências, embora incertos, afetam toda a comunidade internacional.

 

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