Anualmente, os meses de outubro tornam as cidades mais coloridas e alegres. Em Brasília (DF), pontos turísticos como o Congresso Nacional, o Museu da República e os prédios da Esplanada dos Ministérios trocam as lâmpadas tradicionais pelas de cor rosada e iluminam as ruas da capital de forma diferenciada. O ato se estende a todos os estados brasileiros e cidades de todo o mundo, que surpreendem com ações criativas que tiveram início em Nova York na década de 90 por meio da distribuição dos simbólicos lacinhos cor-de-rosa na Corrida pela Cura, promovida pela instituição Susan G. Komen for The Cure. O objetivo dessa charmosa atenção na época é nobre: alertar as pessoas para os exames e atos preventivos do câncer de mama, o segundo mais comum entre mulheres (atrás apenas do câncer de pele não melanoma).
A doença decorre de uma multiplicação de células anormais da mama, que geram um tumor – podendo este ser benigno ou maligno, ambos com chances de cura na hipótese de diagnóstico precoce. A constatação é a mesma em relação a todos os outros cânceres: quanto mais cedo o tumor é descoberto, maior a probabilidade de extirpá-lo. Existem diversos tipos de câncer de mama e há tratamento para todos, cujo atendimento é assegurado pelo Ministério da Saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo dados oficiais do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), até o final de 2016 haverá no Brasil um aumento de 840 novos casos da enfermidade em relação às estatísticas de 2015, o que significa que aproximadamente 57.960 pessoas entrarão na estimativa.
A grande questão é: como evitar que esses números cresçam a cada ano? Na data de 17/10, a Fundação Republicana Brasileira (FRB), promoveu uma palestra gratuita e aberta à comunidade em apoio à campanha Outubro Rosa. Na ocasião, a mestre em Ciências Médicas Marli Peixoto orientou o público presente sobre cuidados imprescindíveis que podem evitar os dispendiosos e exaustivos tratamentos contra o câncer. Um fator surpreendente é de que a alimentação possui mais chances de causar a enfermidade do que o hábito do fumo, com 35% de probabilidade. A busca por hábitos saudáveis não apenas afeta o condicionamento físico como desintoxica o organismo humano, saturado de alimentos processados como embutidos, enlatados e conservados no sal. Pequenas mudanças no dia a dia proporcionam melhorias na saúde e afastam significativamente o risco de adquirir a doença.
Sabemos que o Brasil enfrenta uma crise na saúde pública e as longas filas para atendimento gratuito são causas de desmotivação para que os cidadãos procurem realizar seus exames com frequência, o que infelizmente ocasiona o diagnóstico tardio de várias enfermidades para muitas pessoas, que às vezes descobrem com atraso doenças que poderiam ter sido previamente tratadas. Contudo, devemos nos atentar à importância de nosso bem-estar e procurar os postos de saúde para mantermos nossas consultas em dia.
A proposta inicial da campanha Outubro Rosa foi justamente promover a conscientização para incentivar órgãos governamentais, empresas e entidades de diversas naturezas a desenvolverem dinâmicas para a relevância da causa. O esforço correto pela prevenção e realização de autoexame são conquistas não apenas das mulheres, as maiores atingidas pelo câncer de mama, mas da sociedade em geral. E os meses de outubro se tornam deslumbrantes tanto pelo mérito da luta como pelo cor-de-rosa estampado por todos os lados.
Acreditamos que apesar do difícil período atual, o país irá se reerguer e teremos saúde de qualidade para atendermos prontamente a todos os brasileiros!
Telma Franco – presidente da Fundação Republicana Brasileira