“Um verdadeiro gol de placa seria colocarmos pessoas com mentalidade e atitudes novas no Congresso Nacional”, declara Renato Junqueira.

“Um verdadeiro gol de placa seria colocarmos pessoas com mentalidade e atitudes novas no Congresso Nacional”, declara Renato Junqueira.

Republicano conta detalhes da sua história de vida e os motivos que o levaram a tornar-se gestor e articulador político 

Victor Renato Junqueira Lacerda nasceu em Aracaju (SE) no dia 26 de setembro de 1988. Conhecido no meio profissional e entre amigos apenas como Renato, traz no rosto um sorriso jovial e nas atitudes, o posicionamento de um líder experiente, apesar da pouca idade. Filho de pai baiano e mãe sergipana, não dispensa um bom cuscuz com ovo no café da manhã. O nordestino carrega consigo as experiências vividas em Sergipe, Bahia e Paraná. Quando criança sonhava ser jogador de futebol profissional. Dividia seu tempo entre os estudos, brincadeiras e treinos na escolinha esportiva. Chegou a jogar nas categorias de base do Club Sportivo Sergipe aos 10 anos de idade. Casado com Fernanda Nascimento há seis anos, o apaixonado torcedor do Grêmio atua em atividades voltadas à juventude desde a adolescência – o casal se conheceu há 13 anos, em um projeto social do qual fazia parte.

A convite do PRB, fixou residência na capital federal em 2014 e assumiu a coordenação nacional do movimento jovem da agremiação em 2015. Mais à frente, em 2016, tornou-se 1º secretário nacional da legenda. Graduado em Gestão Pública pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), foi homenageado em novembro de 2017 com o prêmio Profissionais de Verdade, dedicado a alunos egressos que se destacam em sua área de atuação. Em outubro de 2017 integrou a delegação brasileira e participou do Festival Mundial da Juventude e Estudantes em Sóchi, na Rússia. Assumiu a presidência da Fundação Republicana Brasileira há um ano. Desde então, organiza sua rotina entre a atenção à família e à mascote Mel – uma cachorra da raça lhasa apso; atividades físicas, estudos, além da agenda movimentada de trabalhos partidários e institucionais.

Na segunda parte da entrevista concedida à assessoria de comunicação da FRB, o líder conta um pouco de sua trajetória, desafios superados e curiosidades.

  1. Conte um pouco sobre sua infância no Nordeste. Quais lembranças tem de lá? 

Nasci em Aracaju e, quando eu era ainda muito pequeno, meus pais se separaram e fui viver em Pernambuco por um tempo. Meu pai é da Bahia, de uma cidade chamada Vitória da Conquista, e minha mãe é sergipana. Após a separação, ela fez curso de hotelaria e foi morar na Itália. Dos 4 até os 10 anos de idade fui praticamente criado por minha avó e por meu pai. A partir de Vitória da Conquista é que consigo me ver como gente, minha história de vida e brincadeiras. Quando minha mãe retornou ao Brasil decidiu voltar a Aracaju e fui morar com ela. Minha infância e adolescência foram períodos muito difíceis, principalmente por questões familiares e financeiras. Em Aracaju comecei a estudar e ter muitos amigos, inclusive mantenho contato com vários até hoje. Gostava bastante das aulas de Português e de Geografia. Sempre estudei em escola pública. Uma vez minha mãe conseguiu uma bolsa de 50% para eu estudar em um colégio particular muito bom, mas mesmo assim não conseguia pagar os 50% restantes, então tive que voltar para o público. Uma escola que me recordo muito, embora pública, mas referência, é a Tobias Barreto, localizada no centro da cidade, onde cursei o ensino médio.

  1. Algum momento marcante, de dificuldade ou superação?

Na escola particular eu estudei em período integral. Era uma realidade difícil, porque eu olhava a situação da minha vida e dos colegas, e nossa realidade era desproporcional. Quantas vezes eu ficava sem almoçar, inventava desculpas, mesmo com o estômago roncando dizia que estava sem fome, enquanto os amigos almoçavam no shopping. Naquela época era luxo almoçar no shopping. Minha família é muito unida e um sempre ajudava o outro. Graças a Deus nunca passei fome. Mas acho que uma coisa muito parecida com passar fome é não conseguir fazer o que quer, o fato de não ter condições de realizar algumas coisas básicas, ter boas roupas, frequentar determinados locais… Não passamos fome, mas me recordo que os pães e ovos eram contados, tudo muito regrado. Um fato engraçado é que minhas roupas não acompanhavam meu rápido crescimento. As calças eram literalmente de pescador, batiam na metade das canelas e dava para ver as meias. Minhas camisetas pareciam de menina, mais justas e curtas, pois eu já era alto desde novinho. Como não tínhamos dinheiro para comprar novas peças, eu usava até ficarem bem gastas.

  1. Como conheceu Fernanda Nascimento?

Temos 13 anos de relacionamento entre as primeiras conversas, namoro, noivado e casamento. Nos conhecemos no projeto social Força Jovem, do qual fazíamos parte em Aracaju. O que me chamou a atenção na Fernanda foi o fato de ela ser muito determinada. Me lembro de um dia bastante chuvoso, tínhamos trabalho para fazer em um bairro carente e afastado. Eu, como líder do grupo, liberei as demais pessoas para voltarem para casa. Ela não quis saber e foi sem guarda-chuva mesmo. Subiu morro, se molhou, caiu, se sujou toda, mas não desistiu. Ali eu vi o quanto ela era guerreira. Eu precisava de uma companheira assim, cheia de vida e disposição, que estivesse junto em todos os momentos. Depois me declarei para ela. Foi quando começou a nossa história. Não foi fácil, tivemos que lutar muito para ficar juntos. Mas valeu a pena.

  1. Qual a importância do esporte em sua vida? O que o motivou a trabalhar com o público jovem ainda na adolescência?

Sempre gostei, principalmente de futebol. Foi o que me atraiu no projeto do qual fiz parte. Depois de um tempo acabei assumindo a coordenação estadual desse trabalho social em Sergipe e lá realizava atividades voltadas para a juventude. Acredito que o esporte pode contribuir para a mudança de vida do ser humano para melhor. Quando eu tinha 14 anos de idade comecei a vender água e outros produtos no semáforo em busca de independência financeira, pois passava por uma fase atribulada em vários sentidos. Acabei amadurecendo à força, tinha compromissos e nem sempre podia brincar. Foi com as experiências diárias que enxerguei pessoas passando por problemas iguais e até piores que os meus. Percebi que eu não estava sozinho. Então o que mais me motiva a trabalhar com a juventude é mostrar que é possível sonhar e realizar. Embora os jovens vivenciem momentos difíceis, têm a oportunidade de ampliar sua visão de mundo. Quanto mais dificuldades, mais bonita e transformadora é a história quando assumimos nosso papel de protagonistas.

  1. Seu time do coração é o Grêmio. Qual o motivo da escolha? 

É, sou gremista e isso acaba sendo um fato inusitado. As pessoas brincam comigo e perguntam: “Como é que um sergipano torce para o Grêmio?” Na verdade eu não tinha time, tava ainda descobrindo para qual torcer. Meu tio, mesmo sendo flamenguista, me convenceu. Na época, lá em 1997, um jogador fazia muito sucesso – o Paulo Nunes – eu era loirinho, parecido com ele, tinha uns 9 anos. Como Paulo Nunes fazia muitos gols, meu tio me deu short, camiseta e meiões do Grêmio e me pediu para assistir a um jogo. Naquela partida o craque fez dois gols e acabei vibrando. O Grêmio é um time aguerrido, diferenciado, considerado copeiro, brigador. Admiro muito e torço até hoje.

  1. Como foi a vinda para Brasília para coordenar o PRB Juventude? E o início do trabalho a nível nacional? 

Fui bem recebido na capital federal e me adaptei rápido, exceto ao clima que é um pouco ruim e seco, me causa alergia, rinite (risos). Em Brasília temos pessoas politizadas, que leem jornais, que buscam saber, questionam, são bem informadas. A juventude daqui tem muito potencial. Iniciamos o trabalho estratégico de planejar e dar posse às novas coordenadorias nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Logo que cheguei, em 2015, visitei e conheci a realidade do JPRB em 22 estados. Em 2016 conseguimos chegar a todos os demais. Trabalhamos com um tripé que contempla o social, a conscientização e a atuação política. O objetivo é fazer o jovem ver a política com um olhar diferente, motivado e sem vícios. Eu mesmo não enxergava a política como enxergo hoje. Mudei minha visão e acredito que a política é a maior ferramenta de transformação social. Por isso acho que é possível mudar o pensamento das pessoas, assim como o meu foi mudado.

  1. Fazendo analogia com o futebol, o que seria um gol de placa numa final de Copa do Mundo, com o Brasil vitorioso na política?

Um verdadeiro gol de placa seria colocarmos no Congresso pessoas que têm atitudes e mentalidade novas. Não importa a idade, pois nada garante que apenas isso mudará o país. Já as atitudes dizem muitas coisas e podem realmente transformar a situação. Devemos colocar tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado pessoas que pensem no todo e tenham o sentimento da sociedade, que sabem da dor da mãe que chora, do pai que tem que acordar cedo para conseguir o pão de cada dia, que não olhem apenas para suas vidas e pretensões políticas. Precisamos de representantes que deem sua parcela de contribuição, independente de cargo, mandato e reeleição. O importante é que jamais percam a ética, a moral e provem que é possível entrarem e saírem limpos da política, sem se corromperem. A corrupção é um câncer que está instaurado em nosso país. Por causa dela, muitas vezes a política não chega para todos, fica no meio do caminho. Políticas públicas básicas, como educação e saúde, são fracas. O gol de placa para mudar o Brasil será do povo. E o caneco na mão será o resultado no dia 7 de outubro, quando as urnas forem abertas e tivermos novos representantes legítimos e empenhados. Mas ainda falta aos brasileiros acompanharem os candidatos e avaliarem propostas com atenção antes e depois do voto, terem opinião crítica, pesquisarem sobre o mandato.

  1. Qual a parcela de contribuição da FRB no processo eleitoral? 

Temos uma contribuição fundamental. Formamos pessoas com visão diferenciada, mas também investimos na capacitação dos quadros do PRB e nos pré-candidatos, para que eles sejam realmente diferentes. A FRB está à disposição, pois a principal atividade é promover a educação política. A Fundação atua como um treinador, tanto para os jogadores em campo, quanto para a torcida. Independente da posição que jogam, seja zaga, lateral, defesa, ataque, todos os membros da equipe são importantes. A gente só ganha quando faz a coisa certa, quando o time está entrosado, redondo. Por isso precisamos trabalhar em união, para dar alegria a quem torce pelo sucesso do Brasil.

Por Suellen Siqueira

Foto: Carlos Gonzaga 

 

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